Tanto os equipamentos de fabricação como os instrumentos de medida são imperfeitos. Por esse motivo, é impossível produzir objetos com total precisão. O erro pode ser diminuído, mas não eliminado completamente, até mesmo pelo desgaste dos equipamentos utilizados. O controle de medidas consiste na aplicação de processos que permitem manter os erros de fabricação dentro de limites aceitáveis e previamente estabelecidos. A calibração não tem por fim apenas reter ou rejeitar os equipamentos dentro ou fora das normas de qualidade. Seu objetivo principal consiste em orientar, evitando, assim, erros inaceitáveis.
"Calibração" estabelece o erro de medição e a incerteza de medição associada de um instrumento, ao compará-lo a um padrão. O resultado fornece informações que permite ao usuário fazer uma análise crítica sobre o instrumento calibrado, através dos erros identificados e das incertezas declaradas no certificado, se o mesmo continua apto para uso.
Para saber se o equipamento está aprovado no CALIB, o erro encontrado (E) mais a incerteza expandida (U95) terá que ser menor que a tolerância (T) definida no equipamento. Para encontrar o erro e a incerteza expandida vários cálculos são feitos na forma e ordem apresentados abaixo:
- Cálculo das médias dos valores do ensaio (m)
- Cálculo do desvio padrão da média[1] (dp)
- Calcular a incerteza [2] do Tipo A (UA)
- Cálculo da incerteza do Tipo B (UB) é o valor da Incerteza Combinada dividido pelo Fator K (U95/Fator K) do padrão utilizado para calibrar o equipamento interno, neste caso, UB=0,1. O sistema faz essa divisão, pois na calibração externa o fator K já foi aplicado aos valores da calibração e se esse valor não fosse dividido, durante a calibração interna o erro do padrão seria novamente multiplicado pelo fator K do equipamento interno, aumentando assim ainda mais o erro da medição.
- Calcular a incerteza combinada[3] (UC)
- Fator K: Se a repetitividade [4] for grande comparadas com as outras distribuições e o número de repetições [5] for pequeno, existe uma possibilidade de que a distribuição de probabilidade normal não seja adequada, dessa forma utiliza-se o fator k para aumentar a probabilidade de abrangência [6]. Neste caso, o fator k=2 nos garante um nível de confiança menor que 95%. Dessa forma, é utilizado a distribuição t-Student para encontrar o valor do fator k que garante 95%. (http://www.portalaction.com.br/incerteza-de-medicao).
OBS: Se a incerteza do Tipo A (UA) for menor que metade da incerteza combinada (UC), vamos utilizar o fator k =2. Caso contrário, devemos utilizar a distribuição t-Student para obtermos o valor de k que nos garante um intervalo com 95% confiança. Para a calibração deste exemplo, o fator K será calculado. Utilizando um grau de confiança 95%, a significância [7] será p=0,05/2 =0,0250 , neste caso, o grau de liberdade (v) será o numero de ensaios menos 1, (n – 1). Utilizando a tabela procura-se na linha o grau de liberdade (v) e na coluna o valor da significância (p), resultando em 2,776
- Calcular incerteza expandida [8] (U95): O intervalo de confiança é uma faixa de valores possíveis. Confiança de 95%, nada mais é do que o resultado situado entre o intervalo de números apresentados. Entre os fatores que podem aumentar a precisão do intervalo de confiança, insere-se o tamanho da amostra, ou seja, quanto maior a amostra, maior a precisão. (http://pt-br.aia1317.wikia.com/wiki/Intervalo_de_Confian%C3%A7a_(IC)_-_Signific%C3%A2ncia_estat%C3%ADstica_al%C3%A9m_do_valor_p)
No gráfico abaixo, entende-se que 95% do meu valor obtido poderá estar entre a minha faixa de valores possíveis, e 5% estará fora desse valor.
Para aumentar a probabilidade de abrangência, deve-se multiplicar a incerteza combinada (UC) pelo fator de abrangência k ( U95 = UC x Fator K). Para a calibração utilizada neste exemplo, encontramos o seguinte valor 1,1257, ou seja, do meu resultado esperado (referência), estou afirmando com 95% de confiança que a média da amostra está compreendida entre 50 ± 1,1257. Dessa forma estamos afirmando que o equipamento encontra-se somente calibrado.
Para saber e afirmar se o equipamento está aprovado, a empresa deverá definir um critério para aprovação, que no Calib é a tolerância do equipamento. O erro total deverá ser menor que a tolerância definida no equipamento.
Para encontrar o erro (E), basta diminuir a média do valor de referência:
Conforme cálculo realizado e indicação do sistema, o equipamento está calibrado e aprovado para utilização.
Para mais informações basta acessar esse link, sendo este o guia para a expressão de incerteza de medição.
[7] Significância: porcentagem dos valores que estarão fora dos meus valores esperados